abril 08, 2008

Um nada cheio de vozes

Sempre fui um paroquiano da marquise. É um facto corroborado por um amigo meu. Nunca fui de festas, embora fosse a todas, com excepções consagradas na regra. Gosto de beber dez copos apenas com quem me apetece e, variadíssimas vezes, em lugares que não lembram ao diabo, embora este por lá apareça.
Ontem, entre dois copitos de whisky, revisitei “Bande à part” (1964), de Jean-Luc Godard, sem me recordar à melhor de duas, quando o teria visto. Fui à festa.
Há uns anos via os filmes todos. Este recordei-o ontem como um dos que, se calhar, não queria (re)ver. Fazia (o filme) todo o sentido, nos idos de 1964. Faria? A penugem cinematográfica regurgitava um novo olhar, espelhado depois no cinema americano, dizem. Recordei o Estrangeiro de Camus, apenas no desejo imediato do instinto. Alguma literatura, sem comensais, dormitava nas personagens, a literatura a carvão, rebocando um cinema. Prefiro, como sempre, os Italianos, e o Pierrot le fou
Sem desligar o DVD, intrometi-me em conversas deveras triviais. Até ao fim.

Um comentário:

Anônimo disse...

Não conhecia o blog. Apreciei muito a qualidade da escrita, tanto relativamente à estrutura formal, linguagem e imaginação.
O filme em questão, tem toda a razão, hoje é quase insuportável