agosto 19, 2008

O olimpo português

O mundo português, a expensas de tanto remoer em noitadas mal dormidas, nuns tais de jogos olímpicos, apesar de durante quatro anos se estar a cagar para o desporto (sem futebol) e, sem perceber patavina da maioria dos ditos, deixa-se ir, morno como um leitinho, em demandas alucinatórias. Os jornais e a imundície simplória ajudam à festa. Sucede que nada disto remonta a ontem. A miséria da conversa tasqueira agarra-se a qualquer tronquinho. Ainda agora escutei um especialista de tasca afirmar que não tinha conseguido dormir porque tinha visto um filme de terror, pasme-se, “Espanhol”. “Gosto mais”, acrescentou o néscio, de “acção e comédia, mas com alguma história”. Um outro, mais refinado, observou a superioridade da “comédia de American Pie” e a “medalha da Vanessa”. Com torta, ou sobretudo por ela, a vidinha esvai-se em segundos enjaulados na sueca encartada do dia a dia. O chefe do comité, entretanto, demitiu-se. Sob custódia, os nossos valentes adormecem-nos as vacances num casco de “Amontillado”(se não leram Edgar Poe, dane-se) . É emparedá-los.

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