outubro 27, 2009

Dias de árvore

Era uma estranha forma de melancolia. Era. Subir às árvores no recreio do colégio e ficar a guardar o forte. E olhar. Simplesmente olhar. Uma vez deixei o Luís subir à minha árvore durante um recreio. Estava sol. O Luís estava esquisito. Perguntei-lhe qualquer coisa. Não sei bem se sobre o que ele tinha. Sei que ele respondeu que estava triste porque uma novela tinha acabado. Não sabia bem porquê. Era um vazio. Eu experimentei depois muitas vezes a mesma sensação ao terminar um livro. Talvez por isso (ao contrário do Marcelo Rebelo de Sousa), prolongo a leitura. E até releio. O que interessa é que nesses dias de árvore enxerguei pela primeira vez essa estranha forma de melancolia.  

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