dezembro 21, 2009

Entretanto soou um telefone...

Foi assim uma conjugação entre uma livraria e uma caminhada (pelo caminho mais longo que me ocorreu) para facilitar a digestão tardia, aproveitando para ver se encontrava coentros, e uma chuvada repentina e infinda, que me levaram a procurar abrigo numa sacada de um prédio novo. Ali fiquei. Apeteceu-me bruscamente ler o livro que trazia na mala. Nos ouvidos: chuva e Galaxie 500. Um homem passeava à chuva um cão minúsculo aproveitando os restos de areia da construção. Finalmente podia ler: “Chovia.«Quase me admira», pensou o homem ali postado, «que tenha comigo um chapéu-de-chuva»“, lia-se. Olhei o meu guarda-chuva com duas ou três varetas partidas e percebi logo que me acolhia num desses momentos únicos que muitas vezes deixamos passar. Olhei mais uma vez para a capa de “O Ajudante” de Walser e decidi-me por seguir viagem. Parei logo a seguir ainda com os Galaxie, desta vez ao lado de um bar. Dois ou três pensamentos ruins assolaram esse momento. E um impulso indescritível carregou-me para casa.

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