junho 23, 2012

À procura dos glifos da selecção portuguesa



Quando observamos o Postiga em campo percebemos que o futebol (ainda) não se joga com balizas. Mesmo depois de chegados a tão inequívoca conclusão, continuamos a acreditar que é possível, talvez pelas resmas de literatura que vamos consumindo, ou consequência de outros consumos, mais antigos, amigos do entorpecimento ou do sonho mais alucinado. Depois, cada jogo assume-se como uma simulação de estratégia, enganando não apenas adversários (treinador incluído), como os nossos próprios jogadores (treinador incluído), e todos nós (incluindo cada treinador que existe dentro de cada um). Na verdade, a conjugação de vários indeterminismos, o desconhecimento total dos jogadores relativamente uns aos outros, esse enigma a que se refere o Maradona, mais o facto de estar por ali o Cristiano e mais dois ou três dependendo, conferem a cada jogo uma quantidade de factores extra, totalmente inusitados, e que nos transportam para aquela cena dos universos paralelos do Fringe. E aí, meus amigos, tudo é possível. Basta escutar os jogadores e treinador no final dos jogos para perceber que a Olivia Dunham pode ser a outra Olivia Dunham.

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