outubro 24, 2012

Como sabemos, “todo o mercador aspira à burguesia”, vai daí, os primos:


«Rogron e Sylvie, estas duas máquinas sub-repticiamente baptizadas, não possuíam, nem em germe, nem em acto, os sentimentos que conferem ao coração a sua vida própria. Por isso, aquelas duas naturezas eram excessivamente fibrosas e secas, endurecidas pelo trabalho, pelas privações, pela memória das suas dores durante uma longa e rude aprendizagem. Nem um nem outro lamentavam qualquer infelicidade. Eram, não implacáveis, mas intratáveis para com as pessoas em dificuldades. Para eles, a virtude, a honra, a lealdade, todos os sentimentos humanos consistiam em liquidar as letras regularmente. »

“Pierrette” (pp. 28), Honoré de Balzac. Tradução de Pedro Tamen. Relógio D’Água.

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